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segunda-feira, 14 de novembro de 2011

O Vampiro da internet - 35º Capitulo

Não perca as emoções dos últimos capitulos de "O Vampiro da Internet"


35° Capitulo

Ver alguns de sua constituição a fez sentir uma emoção inexplicável. Não sabia se essa emoção vinha da essência humana que adquirira, mas era como se estivesse à beira das lágrimas, aquela explosão de sentimentos que às vezes os humanos não conseguem controlar.

Como aquele elemento era lindo! Como humana, nunca imaginara que o ar pudesse ser tão lindo, já que os humanos não têm a capacidade de vê-lo. Não ver o ar é uma das grandes limitações humanas, mas para ela não.

Podia vê-lo em sua forma e essência. Em sua energia e feracidade. Poder e magnitude.

Agora compreendia por que Peter necessitava dela. Os seres que ela via, constituídos do elemento Ar, apesar de toda beleza e poder, parecia que lhes faltava alguma coisa. A luz que emanava dela própria era diferente da que vinha deles. A deles estava enfraquecida.

Lali concluiu que eles perderam parte de suas essências ao longo do cumprimento dos seus castigos, e por isso aquela aparência de fragilidade.

Sentiu pena deles, afinal, eram seu referencial.

(Lali) Bem, vamos deixar de análises, observações infindáveis e... receios! Vamos logo por um fim nisso tudo. [Disse ela decidida, deslocando-se até ficar próxima de Peter, de frente para ele e deixou-se ver].

Peter fez um movimento e imediatamente um silêncio sepulcral reinou naquele espaço. Era possível ouvir até o barulho do cintilar das estrelas.

Todos olhavam para o lugar onde possivelmente Lali estaria, mas somente o vampiro era capaz de vê-la.

Ele veio ao seu encontro e Lali viu aquele elemento como água se aproximar com toda a maravilhosa beleza que trazia consigo.

(Peter) E então... Lali? Não é magnífico esse nosso encontro? [Perguntou-lhe ao chegar junto dela]

(Lali) Sim, Peter. É realmente fantástico! Não sei como pude deixar de compartilhar isso por tantas eras!

(Peter) Nos reunimos ocasionalmente. Trocamos ideias, mas a razão principal desses encontros é a necessidade de vermos uns aos outros. Viver como seres humanos tornou-se uma tortura para a maioria de nós.

(Lali) Estão todos aqui?

Peter riu alto. Uma gargalhada muito diferente de um riso humano.

(Peter) É claro que não minha querida! Aqui só estão uns poucos que conseguem compartilhar o mínimo de "amizade" entre si. Infelizmente, somos rivais até a última gota de nossa essência, e sentimentos como amizade, companheirismo, deixamos de ter esses sentimentos, e eles só são encontrados na raça humana. Mas os que aqui estão hoje, por uma questão exclusiva de sobrevivência tiveram que recolher os seus instintos e aprenderem a compartilhar. Não somos "amigos"; somos companheiros de necessidade.

(Lali) Ok. Entendi. Por uma questão de sobrevivência, vocês precisam se reunir, trocar ideias e discutir problemas...

(Peter) É isso. Não aguentávamos mais a solidão de vivermos com as consequências da nossa burrice. Fomos gananciosos demais e achamos que dominar a humanidade e conquistar a servidão humana seria fácil, já que os humanos são tão vulneráveis, mas vimos que não sera tão fácil quanto pensávamos.

(Lali) Então, onde estão os outros?

(Peter) Vagando por aí. Fazendo o que nós sabemos fazer de melhor: ILUDIR, MANIPULAR e CONFUNDIR a raça humana, já que acreditamos que era impossível dominá-los. Alguns dedicam a eternidade exclusivamente para isso. O ódio pelos humanos consegue ser maior que o nosso. Têm o maior prazer em traçar planos cada vez mais sórdidos para desnorteá-los e desviá-los do objetivo principal.

(Lali) O amor ao próximo?

(Peter) Sim. Sem ele os seres humanos perdem a maior parte de toda a sua essência, já que foram criados embasados nesse elemento. O amor de um ser humano para com o outro, sem almejar nada em troca, aquele sentimento que eles têm, quando ajudam ao semelhante, quando prestam sua solidariedade. Muitos não se dão conta de que quanto mais usa essa essência, mais ela lhes retorna em maior quantidade, em forma de energia pura. Se usassem sempre, seriam invencíveis e nos combateriam com muita facilidade, mas é aí que entramos. Confundindo-os, eles se esquecem desse elemento principal das suas essências.

(Lali) Ok! Isso eu já havia concluído. A convivência com os seres humanos, sendo um deles, sentindo e sofrendo como um deles, nos torna cada vez mais possuidores dessa essência.

(Peter) Exato minha cara. E como você já deve ter concluído também, você é uma das essências mais pura da mistura dos nossos elementos com a essência humana, já que nunca, em toda sua existência, deixou de cumprir a sua missão. Quanto a nós, os "vampiros", os "lobisomens", os "E.T.'s", anjos, fadas, duendes (ou sabe-se mais que nomenclatura os humanos nos darão), nunca conseguiremos absorver essa essência humana. Pelo contrário: quanto tentamos absorvê-la, ela nos enfraqueceu.

CONTINUA
Autora: Licínia Ramizete
Adaptação: Bruno Cavalcante


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