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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

O Vampiro da Internet - 33° Capitulo



33° Capitulo

A noite estava linda! Fazia tempos que Lali não via um céu tão límpido e estrelado! A dúvida era se o céu estivera sempre assim, ou se foi a enorme mudança que aconteceu dentro dela que fez com que, agora, ela visse o mundo com outros olhos.

Da janela da sua casa, admirou mais uma vez o infinito e as estrelas. Lembrou-se de quando, muitas vezes, ao se sentir triste e sozinha, olhou para o céu, tendo dentro de si um sentimento que nunca conseguira explicar. Agora sabia seu nome: SAUDADE.

Em várias ocasiões olhava para o céu e sentia vontade de voltar para casa, mas isso ela também descobriu ser impossível. Não existia mais volta. O caminho havia sido escolhido e não havia retorno.

Descobrira também porque sempre se sentia tão sozinha: não conseguia se adaptar aos amigos humanos, por achá-los tão diferentes dela e não conhecia nenhum da sua espécie. Até agora.
Era chegado o momento.

Através de Peter (ou sabe-se lá seu nome verdadeiro), ela iria se encontrar com alguns (ou talvez muitos, não fazia ideia de quantos restavam) dos seres que só via em sonhos. Aqueles seres fantásticos realmente existiam, e ela se sentia preparada para esse encontro.
Já se decidira e já sabia o que tinha de ser feito.

Olhou para o relógio. Era ainda muito cedo para ir dormir. Não passava das 21:00h, mas ansiedade começava a dominá-la. Procurou acalmar-se.

Dominar a ansiedade fora uma das primeiras lições recebidas e que a fizera chegar até onde chegou, por isso tratou de respirar fundo e dominar esse defeito humano.

De repente o telefone tocou. Ela ficou até o aparelho e, sem tocá-lo, sabia quem estava ligando. "Via" a imagem de Euge, do outro lado da linha, aguardando ser atendida. Lali não queria falar com ela e nem com ninguém. Não queria perder a sua concentração e não fazia a menor ideia do que Euge poderia querer com ela numa hora daquelas. Concentrou-se e o aparelho emudeceu de imediato.

Do outro lado da linda, uma Euge confusa dava tapinhas no fone, na tentativa de fazê-lo voltar a funcionar. Como não conseguia, desistiu.

Satisfeita, Lali voltou para o seu quarto. Talvez tivesse sido melhor ter atendido ao telefone. Jogariam conversa fora e assim o tempo passaria mais rápido, pois estava mesmo difícil controlar a ansiedade.

Ela não conseguia se imaginar conversando tranquilamente com Euge, enquanto o seu futuro e o futuro da raça humana estavam para ser decididos.
Mas agora chega! Cansou de esperar. Finalmente conheceria os Outros!
Lali olhou mais uma vez para o relógio e resolveu que não esperaria mais.

Para encontrá-los não precisava dormir, mas alguma coisa em seu íntimo a avisava de que precisaria estar em plena forma, e isso ela só conseguia abandonando a matéria humana completamente.

Dirigiu-se à sua cama, que agora era contemplada como a um campo de batalha. Não tinha ideia de tudo o que lhe aconteceria, mas confiava nos seus instintos. Tinha certeza de que, no momento certo, saberia como agir. Essa atitude sempre dava certo e não seria agora que seus instintos a deixariam na mão.

Deitou-se e revirou-se na cama, tentando dormir. Inexplicavelmente, o sono não vinha. Aliás, era de se esperar. Estava dominada pela ansiedade humana e com essa sim era difícil de lidar.

Depois de rolar de um lado para o outro, sem conseguir que o sono chegasse, ela se deitou de barriga para cima e abriu os braços, deixando-os estendidos ao lado do corpo.

Sentiu as pernas, braços e todo o corpo relaxando, relaxando e, em poucos minutos, não viu mais nada. Havia funcionado! Estava dormindo.

Em princípio, nada acontecia. Lali estava num estado de sono leve e ainda não passara para o sono profundo. Num determinado momento desse sono leve, um veículo passou próximo à sua janela e buzinou repetidas vezes, chamando sua vizinha do andar de cima.

Lali acordou assustada, quase dando um pulo da cama. O coração quase saltando da boca. Seu corpo parecia estar formigando, como se faltasse alguma parte dele. Olhou para si e viu uma coisa que nunca havia presenciado antes: em volta do seu corpo, havia minúsculas luzes cintilantes, como se ela tivesse caído nm tanque de líquido fosforescente.

Lali nunca havia presenciado a sua essência, estando na forma humana. Era linda de se ver! Agora entendia por que os humanos se deixavam iludir com tanta facilidade!

(Lali) Droga! Eu quase consegui!

Agora teria que fazer tudo de novo. Relaxar e dormir. Precisava fazer isso logo.
Alguma coisa lhe dizia que dormiria muito mais do que de costume.

Desta vez, o sono chegou rapidamente e lá estava ela novamente naquele ermo já conhecido.
Olhou em volta e não viu nada e nem ninguém. Apenas a escuridão do infinito.
Tratou de aproveitar aquele momento. Rodopiou no ar como uma criança feliz.

Sentiu toda energia que o ar poderia lhe oferecer. Cada partícula da sua essência recebia, nesse momento, uma dose extra de energia cósmica. Sentiu-se forte e revigorada. Tinha a sensação de que poderia carregar o mundo com as mãos, tamanha era a força que sentia agora.

Flutuou mais para cima, alcançando um espaço antes inexplorado.
Nunca estivera tão alto. Era a primeira vez que tinha força suficiente para ir àquela altura.
E... lá estavam eles.

Eram em número maior que Lali esperava. Achava que seriam uns punhados, não ultrapassando a casa dos 100 mil, mas o que ela via ultrapassava os 100 milhões, com certeza! Já era de se esperar. No início, os rebeldes eram incontáveis.

CONTINUA
Autora: Licínia Ramizete
Adaptação: Bruno Cavalcante / Quasee Anjoos

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