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segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O Vampiro da Internet - 31° Capitulo



31° Capitulo

Vampiro diz: E aquela história de... humildade?

Solitária diz: Precisei tê-la para seguir esse caminho por tanto tempo, mas agora quem sabe se o que você tem a me propor não acabe de uma vez por todas com esse castigo ou essa "missão" ridícula?

Vampiro diz: É... Tenho que dar minha mão à palmatória (como diriam nossos "amigos" humanos), quando você diz que fui soberbo demais. Talvez, se eu aceitasse o que você aceitou, estaria numa posição mais favorável, mas a minha rebeldia (e a dos Outros também) fez de mim um miserável bebedor de sangue. Com a minha empáfia, tornei-me vítima de mim mesmo. 

Solitária diz: Mas agora não tem muito que lamentar, meu caro. Diga o que tem a propor. Posso me interessar...

Vampiro diz: A verdade, Lali, é que depois que me tornei um vampiro, acreditei que poderia voltar atrás, mas estava enganado. Não sabia que era irreversível. Até que, há muitos anos, nos reunimos e descobrimos o porquê da irreversibilidade: perdemos um elemento da nossa composição.

Solitária diz: Hum... Elemento esse que eu tenho de sobra...

Vampiro diz: Exatamente! Descobrimos que você foi um dos únicos que se manteve numa posição que conservou esse elemento. Nós fomos ávidos demais, soberbos demais, achando que éramos superpoderosos e depois constatamos que estávamos presos em nossa imbecilidade.

Solitária diz: Então, assim como eu, existem outros que conseguiram conservar-se quase intactos?

Vampiro diz: Sim, existem. Mas é dificil encontrá-los. São extremamente bons em disfarces. Confundem-se com os humanos de uma forma tão imperceptível que, para os humanos, é impossível distingui-los. Somente os humanos que não negam seus dons e confiam na capacidade que têm é que consegue perceber que existe algo, digamos assim, estranho nessas pessoas. Mesmo assim, o ceticismo se encarrega de completar a negação em crer.

Solitária diz: E todos nós temos o problema de não lembrar quem somos?

Vampiro diz: Sim. Em princípio, devido à escolha que vocês fizeram. A nossa escolha faz-nos 'habitar" corpos humanos adultos. A de vocês não. Explicando num termo humano, vocês "nascem" e crescem como os seres humanos. Isso os faz esquecer quem são quando passam de um "nascimento" para o outro.

Solitária diz: Como assim? Pode explicar melhor? Lembro de fatos da minha infância muito vagamente. Sei que fui adotada e que tratava meus pais adotivos por tios, mas sabia que eles não eram meus parentes. Sempre os questionei quanto aos meus pais, como fui adotada, etc., mas eles saíam pela tangente. Ouvi um comentário, numa certa ocasião, de que fui encontrada ou deixada em algum lugar. Com o passar dos anos, percebi que não fui adotada legalmente e preferi não tocar mais no assunto. Não seria o primeiro assunto esquecido da minha infância...

Vampiro diz: Pois bem... Vamos lá, tentarei explicar: nós não fomos agraciados com as regalias que a sua escolha lhe proporcionou. Cm nossa rebeldia, acreditávamos que seria mais fácil e mais rápido nos apoderarmos de corpos já existentes. É fácil para nós manter um corpo humano aparentemente "vivo", por isso achamos que bastava "entrar e sair" no momento que quiséssemos. Mas não foi assim que aconteceu. No primeiro instante em que misturamos a nossa essência à essência humana adulta, perdemos a propriedade de "sairmos" quando quiséssemos. Ficamos presos aos corpos e só poderemos deixá-los definitivamente quando chegar o momento designado. Quando o corpo habitado morre e somos obrigados a deixá-lo, alguns chegaram a pensar que finalmente estavam livres, mas, logo, descobriram que, sem a essência que os manteria vivos fora do hospedeiro, isso não era mais possível. Daí necessitam ocupar um novo corpo, e alguns optam por deixar de ser os seres conhecidos como vampiros e passam a tentar criar novas formas de vida, ou tentam uma outra já existente, como lobisomens, monstro disso, monstro daquilo, etc.

Lali lia a explicação avidamente. Sua cabeça dava voltas. Então eles realmente eram o que ela havia deduzido!! Não havia se enganado!

Autora: Licinia Ramizete
Adaptação: Bruno Cavalcante

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