26° Capitulo
A Lali desinformada e assustada não existia mais.Tinha adquirido uma autoconfiança, que desconfiava vir de dentro dela. Como um fôlego novo.
Sentia uma energia forte e vibrante ,como se, de repente, tivesse adquirido um poder sobre-humano.
Seu próximo encontro com Peter deveria seguia a mesma linha de perguntas, mas o intento seria outro.No início, Lali, ingenuamente, confiou nele, e, de coração aberto,achou que as intenções dele para com ela eram as melhores.Chegou a crer que ela precisava de sua ajuda e, na ocasião , ela a acreditar que talvez pudesse ajudá-lo.Mas suspeitava agora de que não podia confiar nele.
Quem era Peter? Quem era o Vampiro da internet ?
Já se havia feito essas perguntas milhares de vezes.Inclusive, na última conversa que teve com Euge (Pois sua colega de vez em quando insistia em saber " O paradeiro do seu amigo Vampiro") , Lali foi questionada exatamente sobre isso .
Euge lhe fazia perguntas sem aquele entusiasmo inicial, mas de vez em quando perguntava se ela ainda conversava com ele , ou se ela já havia caído na real e concluído que ele não passava de um nerd ou hacker (ou ambos).
Em todas as vezes, Lali se sentia tentada a revelar o que vinha acontecendo, conseguir em Euge a cúmplice de que precisava para partilhar toda a paranoia que havia se tornado sua vida, mas, infelizmente, concluía se essa uma estrada que teria que trilhar sozinha.
Não podia expor suas pesquisas, seus medos, suas suspeitas a quem que que fosse,pelo simples fato de que corria o risco de ser posta uma camisa-de-força.Mesmo agora, que tinha uma certa base científica para alguns dos assuntos e que essa poderia servir de prova , Lali (ou quem quer que fosse) não aceitaria a realidade.
Seria necessária revelar assuntos pessoais, e de alguns deles Lali havia feito questão de esquecer .Sera muito difícil contar as coisas que fizera sem corre o risco de ser condenada. Como explicar que havia sido necessário? Que na vida tudo se encontra interligado?
Não iriam entender, porque a morte continua sendo, até hoje, um tabu para os humanos?
Nem mesmo ela compreendia como podia saber de tudo aquilo.
Como sabia quando era hora de agir se não entendia o que lhe acontecia? Mas ela sabia !
Tudo o que fizera até agora tinha sido por completo instinto, pois ela sempre fizera questão de esquecer , ignorar e pôr de lado todas as coisas " estranhas" que aconteciam ela.
Ao longo dos anos, Lali vira suas habilidades quase que agindo por conta própria. Interceptava o que acontecia a sua volta e instintivamente sabia a hora de agir. Mas nunca era de caso pensado. Quando via, já estava dentro da situação e sabia o que tinha que fazer,sem ninguém lhe dizer nada.
Pelo menos era o que ela pensava, até descobrirmos sinais... Agora estava começando a lembra... Agora as coisas começam começavam a fazer sentido. Aquilo que antes classificava como coincidência passou a ser visto por um outro ângulo tinha muitas partes que a desagradavam , mas também tinha outros que eram compensadoras.
Peter tinha razão . Ela estava começando a se lembrar de tudo.E quanto mais descobriria quem era, mais tinha certeza de quem era ele.
Precisava começar a agir .Mas teria que manter a calma . Como ele mesmo lhe aconselhara , tinha que controla sua ansiedade.Isso ela estava treinando todos os dias e , com isso, percebeu que o momento ainda não era exatamente aquele.
Já fazia algumas semanas desde a última vez que Lali havia conversado com o Peter. Nesse espaço de tempo, as conclusões estavam mais nítidas em sua mente.Ela passara a prestar atenção á sua volta , ao desenrolar do dia-a-dia , assimilando o que denominou de "os sinais".
Esses "sinais" eram um conjunto de pequenos detalhes que aconteciam durante o seu dia . Passou a se divertir ao vê-los e ao constatar que não eram coincidências.Inicialmente , não os atendia .Achava esquisito a quele conjunto de detalhes e não sabia o que eles significavam , mas quando deixou de PENSAR e passou a SENTIR , pôde ver com clareza exatamente o que tinha que fazer.
Como no dia em que precisava tomar uma decisão e não sabia qual caminho tomar. No trajeto para o trabalho , começou a vê-los . Estavam destacados nas pessoas , nos abjetos e até nos animais que via na rua .Era um pequeno detalhe que era encontrado em todos, como uma marca registrava . Uma detalhe que sobressaía em tudo, numa quantidade exorbitante e por demais extraordinária para ser chamada de coincidência.
Num ponto de ônibus , podia ser encontrado na roupa de uma mulher e , ao mesmo tempo, na rua de uma homem.
De repente , cruzava pela sua frente um objeto, um animal ou uma criança que possuía o mesmo detalhe , a mesma " marca registrada ", o mesmo sinal, no penteado, na maquiagem, numa parte de corpo.
Daí Lali entendia que alguma coisa estava acontecendo o Universo passava a lhe dar "Dicas".
Cabia a ela agora senti-las , reuni-las e entendê-las.
Achar a conexão entre elas e desvendar o enigma . E o resultado era fatalmente na mosca!
Até algum tempo atrás, Lali via esses sinais , mas não conseguia interpretá-los com a devida eficiência .Agia por instinto, mas agora era muito mais divertido senti-los e ver a magia da conspiração do Universo.
E conhecer qual o seu lugar e qual a parte que lhe cabia nessa conspiração.
AUTOR: BRUNO CAVALCANTE
QUASEE ANJOOS
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