Ads 468x60px

segunda-feira, 16 de maio de 2011

16º Capitulo de O Vampiro da Internet

16º Capitulo
Vampiro diz: Entende agora, Lali? Cada um tem seu dom, e, para desenvolvê-lo, precisa conhecê-los, mas o que fazem é cavar um buraco bem fundo e metê-lo lá dentro. Quando lhe dei algumas sugestões sobre alguns desses dons, estava me referindo aos seus em particular. As outras pessoas tem dons diferentes dos seus, e outros, infelizmente não têm muita coisa especial, mas você, Lali, além de ter algumas capacidades consideradas normais pela minha pessoas, tem consciência delas o tempo todo e recorre a elas mesmo quando seu lado racional teima em apagá-las.
Solitária diz: Então por que você se referia a mim como um ser "imortal" ou algo parecido? Estava querendo despertar a minha curiosidade?
Vampiro diz: Não, Lali. Prometi fazer a minha parte e estou fazendo. Estou buscando trazê-la aos poucos e creio estar conseguindo. No momento, estou empenhado em fazê-la ver que os seres humanos, de um modo geral, independente da sua natureza mortal, são seres infinitamente especiais e não se dão conta disso.
Solitária diz: E quando você me explicará tudo completamente?
Vampiro diz: Quando você conseguir processar, analisar, concluir, etc., todas as "novas" informações que se abrirão para você, à medida que conversamos. Lembre-se de que não faremos isso numa noite apenas.
Solitária diz: E por que precisa de mim? Por sinal, onde você se encaixa? Essa história de vampiro bebedor de sangue foi só para atrair a minha atenção, não foi?
Vampiro diz: Infelizmente, não, minha cara, mas não é hora de falarmos nisso... Ainda não... Confie em mim... Vamos com calma... Primeira lição de hoje: precisa aprender a controlar sua ansiedade.
Solitária diz: Sempre tenho a sensação de que você está me enrolando, mas tudo bem! Vamos fazer do seu jeito então. Posso continuar com meu inquérito?
Vampiro diz: Sim, pode. Hoje estou bem e ainda disponho de tempo. Podemos prosseguir. Só lhe aviso que responderei a tudo o que puder, só que no momento devido. Não lhe responderei agora perguntas que possam prejudicar o seu raciocínio e avaliação.
Solitária diz: Sim, senhor! Uma pergunta direta, então: quais sãos os meus dons, exatamente?
Vampiro diz: Fale-me você sobre eles, Lali, agora que já deixou de vê-los como uma aberração. Para ajudar, darei o pontapé inicial: o que costumava acontecer quando você era criança?
Solitária diz: Eu... Eu tinha visões... Quero dizer, não visões do futuro ou algo assim, mas eu me concentrava e "via" o que QUERIA ver, no presente... No momento em que estava acontecendo... Quando era criança, achava isso muito legal... rsrsrsrs...
Vampiro diz: Como, por exemplo, "via" onde seus amiguinhos se escondiam durante uma brincadeira de esconde-esconde, sem nem sequer sair do lugar, somente fechando os olhos e "vendo" onde cada um deles estava?

Lali nem se recordava mais dessa travessura, mas quando ele mencionou, a lembrança veio à sua cabeça como um filme antigo.

Solitária diz: Como SABE disso?
Vampiro diz: Ora, Lali, já passamos dessa fase! Vai continuar perguntando "Como fez isso, como fez aquilo?"? Você entenderá tudo no momento certo, já disse! Tenha PA-CI-ÊN-CIA!

Lali entendeu a bronca e humildemente continuou a conversar, passando por cima da sua pergunta indesejável.
Continuou.

Solitária diz: Sim. Esse tipo de "visão". Eu usava muito esse recurso, a ponto de ninguém mais querer brincar comigo de esconde-esconde. Eu tinha que me policiar pra não recorrer a ele e brincar normalmente. Era muito bom ver a cara delas quando as encontrava tão depressa, mas depois a brincadeira perdia a graça porque elas ficavam zangadas... (risos).
Vampiro diz: E o que mais, Lali?

O vampiro agora lhe parecia mais calmo. Não sabia exatamente o porquê, mas tinha medo de deixá-lo zangado.
Continuando a digitar, Lali nem percebia que revivia cenas que julgava apagadas da sua memória.

Solitária diz: Esse tipo de "visão" não servia só para brincadeiras. Era-me muito útil. Algumas vezes (e ainda faço isso), uso-a para encontrar objetos perdidos. Em outras vezes, lembro-me que me tirava de bons enrascadas... (risos). Como no dia em que brincávamos com alguns amiguinhos na rua, perto de casa e apareceram outros garotos, encrenqueiros e mal-educados, e um dos nossos amigos, o mais metido a valentão, adentrou a casa dele, voltando de lá como cara de poucos amigos, partindo para cima deles.
Vampiro diz: E o que aconteceu de especial nesse dia, Lali? Conte-me...
Solitária diz: Ah! Quando Benjamin (esse era o nome do nosso amigo "herói-salvador-valentão" de 10 anos de idade) entrou em casa, as garotas ficaram apreensivas, com medo de acontecer uma briga e vir a ter maiores consequências. E não é que o medo delas tinha fundamento? Sentei-me na calçada em frente à casa de Benjamin e fechei os olhos. Concentrei-me nele e vi quando atravessou a sala da sua casa e entrou no quarto da sua avó. Lá, ele abriu uma gaveta e tirou uma tesoura grande de dentro, enfiando-a no cós do short que vestia, cobrindo-a com a camiseta. Ninguém em sua casa percebeu seus movimentos. Quando ele alcançou a porta da rua na intenção de vir ao encontro do grupinho de arruaceiros, eu abri os olhos e gritei: "Uma tesoura! Benjamin está com uma tesoura, sem saírem do lugar. A unica que me deu ouvidos foi a Andreza. Como era a mais velha das meninas não sei porque, mas resolveu dar ouvido aos meus gritos. Correu em direção a Benjamin, ante de ele alcançar os garotos arruaceiros. Segurou-o pelos ombros e suspendeu a sua camiseta. De olhos arregalados pôde constatar que a tesoura estava lá, como eu lhes dissera.
Vampiro diz: (risos... risos... ) Muito bom, Lali, muito bom...
Solitária diz: Por que tenho a impressão de que você também sabia dessa história?
Vampiro diz: (risos... risos... ) Conte-me mais, Lali. Que mais, além das "visões"?

CONTINUA

Nenhum comentário:

Postar um comentário