Lali franziu a testa e leu em voz alta:
(Lali) Minha ajuda?
Ela podia esperar qualquer outra insanidade vinda desse desconhecido que se dizia um vampiro, mas... Sua Ajuda? Isso era a última coisa que ela poderia esperar que ele pedisse.
E o seu pedido lhe pareceu tão sincero... Tão cheio de súplica!!...
Seu coração batia descompassadamente. Pensou, antes de digitar, no que deveria lhe fazer. Estava confusa e, mais uma vez, optou pela sinceridade.
Digitou:
Solitária diz: Minha ajuda? Em que uma pobre mortal pode ajudar um sábio e antigo imortal?
Vampiro diz: Não aproveite para tripudiar em cima de minha fragilidade, minha cara! Não é hora de revides! Sei que não sou um primor em paciência e devo ter sido rude com você algumas vezes, mas não precisa usar de golpes baixos!
Solitária diz: Ok, está bem, desculpe-me, mas a verdade é que não vejo como e nem por que lhe ajudar. Seu pedido pareceu-me tão fora de propósito, que, por um instante, julguei que fosse mais um dos seus truques. Nunca imaginei que você precisasse de algum tipo de algum tipo de ajuda.
Vampiro diz: Não existe truque algum. Preciso de ajuda sim e acredito que encontrei o que procuro.
Solitária diz: E o que procura?
Vampiro diz: A mulher que irá me libertar dessa maldição.
Solitária diz: Libertar dessa maldição? Você quer dizer deixar de ser vampiro? Voltar a ser mortal? Humano?
Vampiro diz: Opa, opa! Calma! Libertar da maldição? Sim. Deixar de ser vampiro? Sim. Voltar a ser mortal, humano? Não!
Solitária diz: Não? E o que você voltaria a ser?
Vampiro diz: O que sempre fui. Ou melhor, o que somos.
Solitária diz: Dá pra deixar de meias palavras e falar claro pelo menos uma vez?
Vampiro diz: Tudo tem seu tempo e você ainda não deu sua palavra de que me ajudaria.
Solitária diz: Não vou lhe dar minha palavra. Não sei quem você é e muito menos que diabos é você! Não vou me comprometer com um desconhecido, e suspeito que você seja bastante perigoso!
Vampiro diz: Agora sim, você está agindo por instinto e usando seus dons! Parabéns menina, parabéns! Está certo. Não precisa se comprometer nem dar sua palavra ou algo parecido. Levarei em consideração que você não está em seu estado normal e, por isso, não consegue se ver como realmente é, portanto, vou dar tempo ao tempo. Afinal, esperei uma eternidade, por que tanta ansiedade, não? Lhe mostrarei que sou digno de sua confiança e tenho certeza de que, depois disso, você não me negará sua ajuda.
Sentindo-se mais relaxada, mas com os dois pés atrás, Lali resolveu entrar naquele jogo. Sua razão, seus medos, seu senso lógico diziam-lhe para parar com toda aquela insanidade, desligar o maldito computador e esquecer de uma vez por todas aquela loucura, mas algo dentro dela parecia concordar com ele em gênero, número e grau. E ela estava pagando para descobrir se ele tinha razão. Só tinha medo de pagar um preço muito alto...
Solitária diz: Como faço para lhe encontrar? Das últimas vezes em que tentei acesso, nunca lhe encontrava nas salas de bate-papo.
Vampiro diz: Infelizmente, esse ainda vai ser o nosso canal de acesso. Entrarei de vez em quando para ver se você está e você pode fazer o mesmo. Marcaremos uma data, um horário, para que possamos nos falar melhor. Lembrando-lhe, também, que posso "lhe acordar" de vez em quando... (risos, risos...).
Lali pensou em lhe dar seu telefone, mas ficou com medo e com vergonha também. Lembrou-se que, por precaução, havia mentido sobre a cidade onde morava, sua profissão, tendo sido verdadeiro apenas o seu nome e o fato de ela morar sozinha.
Pensou em pedir-lhe o seu número de telefone, mas como ele não tocou no assunto, ela resolveu não pedir. Agindo assim, ele também não sentiria a liberdade de pedir-lhe o seu.
Aquele último comentário sobre "lhe acordar" a deixou ainda mais temerosa. Se ele tinha algum tipo de acesso a ela, então poderia até saber tudo sobre ela, até mesmo onde morava. Resolveu ter paciência e ir sonhando, fazendo perguntas sutis e obtendo as respostas que desejava.
Solitária diz: Tudo bem, então. Deixemos dessa forma. Ressalvo-lhe que não fiz nenhum tipo de acordo, pacto, ou sei lá que nome você queira dar. E muito menos, afirmei que lhe ajudaria. Concordo em conversar com você e ouvir o que tem a me dizer, mas lhe peço que não deixe de responder as minhas perguntas, pois elas são muitas!
Vampiro diz: Amigos, então?
quinta-feira, 21 de abril de 2011
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