Já faz alguns meses desde a primeira vez que Lali teve contato com o "seu amigo vampiro", também conhecido no mundo dos mortais como Peter.
(Lali) Quanto Tempo? Oito? Dez meses? Puxa! Já ia fazer um ano que tive a minha primeira conversa com o Vampiro da Internet.
E que ano! Depois que encontrou "seu amigo vampiro" na Internet, sua vida tomou um rumo tão inesperado que mal Lali acredita quando lembra.
Lembrar... Isso é o que ela fazia no momento, deitada de costas em sua cama, olhando o teto. Continuava morando sozinha, mas não se sentia mais angustiada e solitária como há meses se sentira.
Lembrou-se da primeira vez em que teclaram. Cada detalhe de suas palavras sinistras, mas ao mesmo tempo tão instigantes! Reviveu o medo que ele a fez sentir quando mencionou conhecer seus segredos.
Seus segredos... Riu de si mesma ao lembrar dos seus tão temidos "segredos"! Como havia sido boba em ficar, durante tantos anos de sua vida, com todas aquelas dúvidas e, após tanto sofrimento, descobrir (graças ao seu amigo) que era tudo tão simples!
Riu mais uma vez, rolando na cama, ficando de barriga para baixo e com os joelhos dobrados para cima. Seus cabelos negros e compridos caíram sobre seus olhos. Lali afastou-os com um gesto gracioso dos dedos. Experimentou uma excitação íntima quando relembrou a surpresa que ele havia feito para ela e quase a matou de susto! Quase a fez cair da cadeira. A cadeira que ficava em frente ao monitor. Nesse momento, virou-se e olhou para ela. Levantou-se para ligar o micro, mas conteve-se. Sabe que não é o momento certo. Havia aprendido muitas coisas nesses últimos meses, e uma delas foi controlar sua controlar sua ansiedade e simplesmente aceitar as coisas como elas são.
Voltou a deitar-se, lembrando das famosas palavras dele no monitor. Parecia ver as letras piscando mais uma vez na tela. Lali mal podia crer nos seus olhos, quando leu o que estava escrito:
"GOSTOU DO BEIJO?"
Teriam sido essas as palavras? Parecia que uma eternidade havia se passado depois disso!
Na época, Lali recusava-se a crer que ele era quem dizia ser e pedira para ele esquecer essa bobagem de vampirismo e conversar como uma pessoa normal. Dias antes dessa conversa, eles haviam se encontrado pela primeira vez, numa sala de bate-papo. Naquele dia, Lali achava que fora por acaso, para só depois descobrir que nada é por acaso!
Ele havia lhe prometido uma surpresa...
E como Lali havia ficado surpresa!
Mais uma vez, experimentou a sensação de pavor, surpresa, indignação e recusa que havia sentido naquele instante.
Lembrava agora de como levara as duas mãos à boca, sufocando o grito desesperado que teimava em sair da sua garganta, ao olhar o monitor. Ficava paralisada, congelada, olhando a mensagem do site de bate-papo: "Usuário VAMPIRO saiu da sala".
Ele havia saído da sala e a deixado ali, com aquelas palavras terriveis!
"GOSTOU DO BEIJO?"
A cabeça de Lali dava voltas. Tentava arrumar todas as idéias que vinham aos borbotões, numa tentativa de encontrar uma explicação plausível.
(Lali) Seria um blefe? Mas como um blefe? Como ele poderia saber daquele beijo?.
Lali levantou-se da cadeira e começou a andar de um lado para o outro, dentro do quarto, sem perder de vista o monitor e aquelas palavras, como se elas fossem pular em cima dela.
(Lali) Como? Como pode ser? Como ele poderia saber? Pense Lali, pense! Calma! Tem que ter uma explicação!
De inicio, Lali suspeitava que ele fosse um hacker e talvez essa fosse a explicação. Ela poderia ter deixado isso gravado no seu micro, ou enviado algum e-mail falando sobre o "beijo" para alguém e ele pode ter tido acesso.
Sentou-se, com a cabeça entre as mãos, procurando concentrar-se e lembrar se falara com mais alguém, além de Euge, sobre aquela história. Concluiu que não. Não falara com mais ninguém e nunca havia escrito nada no micro a respeito, nem mesmo com a própria Euge. Lembrou que havia desistido de conversar sobre isso com qualquer pessoa, já que até a sua colega mais íntima duvidava da sanidade daquela história.
Então qual a explicação?
Mais uma vez, Lali se deixou levar pelas lembranças. Gostava se sentir aquela emoção indescritivel que experimentara naquela noite. A possibilidade de estar lidando com algo sobrenatural, mas real! Ali, na sua frente!
Aquelas três palavrinhas, digitadas em sua tela, ficariam marcadas em sua vida e iriam fazer com que Lali revisse todos os conceitos, todas as suas crenças, todos os seus segredos, tão secretamente sepultados em sua alma...
Lembrara que o seu primeiro gesto, ao sair daquele estado de pânico, fora o de telefonar para o celular de Euge. Era a unica pessoa com a qual poderia contar naquele momento. Como não tinha amigos e nem familia, Euge era a pessoa mais próxima de uma irmã que ela conhecia.
Uma voz sonolenta, do outro lado da linha, fez a lembrar que eram quase duas da manhã. Euge havia acabado de se deitar após uma festa que não tinha muito boba.
(Euge) Quem é? Lali? Puxa, garota! Você sabe que horas são?
(Lali) Desculpa Euge, mas você sabe como sou ansiosa! Não dava pra esperar até amanhã! Aconteceu uma coisa terrivel!
(Euge) O que houve? Morreu alguém? Se morreu, diga logo que você sabe que não gosto de suspense e meias palavras. Vá direto ao ponto e...
(Lali) Espera Euge! Não morreu ninguém! Deixe-me falar! Lembra daquela história...
E Lali passou a relatar toda sua conversa que tivera com "O Cara da Internet", (como Eugenia o apelidara), culminando em seu desfecho inesperado.
(Euge) Menina, que babado! [exclamou Euge, em mais uma das suas famosas gírias]
(Lali) O que você acha, Euge? Ainda acha que estou "pirando"? Esse cara tem ou não tem alguma coisa de sobrenatural?
CONTINUA
domingo, 17 de abril de 2011
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