Os dias se passaram, mas aquela sensação nos lábios não saía de Lali. De vez em quando, passava as costas das mãos neles, como se quisesse limpá-los.
Era sábado novamente, e Lali resolveu entrar na internet. Não queria ir para salas de bate-papo, mas, quando se deu conta, já estava acessando-a. Entrou mais como um desafio. Como se tentasse provar para si mesma que tudo aquilo foi uma fantasia passageira.
Entrou e respirou aliviada quando viu que "seu amigo" não estava lá. Correu os olhos pelos diálogos e não viu nada interessante. Já estava saindo, pensando em ler um livro, quando ele entrou.
Seu coração deu um salto, mas não havia motivo para tal. Estava convencida:
(Lali) Ele é apenas um hacker que está tentando me dar um golpe.
Acessou seu nick.
Solitária diz: Olá. Como vai, amigo "Vampiro"?
Vampiro diz: Por que esse "vampiro" com aspas? Ainda tem dúvidas, mesmo depois da nossa conversa? Pensei que você fosse mais inteligente...
Solitária diz: Sou sim, e por isso é que não vou cair em sua conversa de novo! Se quiser conversar, converse como o ser humano normal que você é, e daí poderemos levar um papo legal. Se não, é melhor sairmos.
Vampiro diz: Ok. Se é assim que você deseja... Não vai nem querer saber sobre a minha surpresa?
Solitária diz: Não! Não quero nada que venha dessa história maluca. Quer teclar normal?
Vampiro diz: Como quiser... Meu nome é Juan Pedro, mas pode me chamar de Peter. Tenho 20 anos e sou um cantor e ator. E você?
Solitária diz: Ah! Agora melhorou! Meu nome é Mariana Espósito, mas pode me chamar de Lali e sou assessora de impresa. Onde mora?
Vampiro diz: Atualmente estou morando na Argentina, em Buenos Aires. E você onde mora?
Solitária diz: Que bom! Moro na Argentina também na cidade de Mendonza.
Lali mentiu, já que tinha medo de divulgar informações pela internet. Achou que já havia falado demais dando seu nome correto.
Vampiro diz: Dizem que essa cidade é muito linda. Mora sozinha, não é?
Solitária diz: Sim. Moro só.
Essa informação era verdadeira e Lali decidiu que, à medida que teclasse, decidiria o que informaria de concreto ou não.
Vampiro diz: Eu também moro só. Aliás, tenho um amigo de quatro patas. Meu "Gárgula". É a minha única companhia há alguns anos. Gosto de tê-lo por perto. Dá-me a impressão de que tenho amigos.
Solitária diz: E você não tem amigos?
Vampiro diz: Tenho alguns colegas de trabalho, alguns vizinhos, mas nenhum amigo que me visite, que ande em minha companhia.
Solitária diz: Por que?
Vampiro diz: Não pergunte por quê. Você sabe a resposta, mas prometemos mudar o rumo da conversa para o nível humano, que acho patético.
Solitária diz: Não comece...
Vampiro diz: Você quem começou e infelizmente acho um desperdício, já que agora você é só mais uma no meio de tantas mortais que conheço. Preferia conversar em outro nivel.
Solitária diz: Para com isso! Não comece de novo! Vou sair da sala, ok? Já que você insiste com essas insanidades!
Vampiro diz: Ok, minha querida, mas antes me responda: GOSTOU DO BEIJO???
CONTINUA
sexta-feira, 15 de abril de 2011
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