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sexta-feira, 22 de abril de 2011

10º Capitulo de O Vampiro da Internet

Lali respondeu relutante:

Solitária diz: Amigos.
Vampiro diz: Então, volte ao seu sono. Amanhã poderemos nos falar. Acesse a sala por volta das 22:00h.
Solitária diz: Espera! Não vai me explicar aquela história do "beijo"? Teve a ver com você mesmo? Foi obra sua? Não vou conseguir dormir mais uma noite sem essa resposta...
Vampiro diz: Hum... Está bem... Então essa será a lição número 01. Fui eu sim que lhe fiz aquela surpresa, para lhe fazer ver que há ainda muitas coisas a serem questionada. As coisas não são tão complicadas como parecem... Como eu fiz? Logo, logo você saberá, pois se as coisas correrem como imagino, você também logo estará fazendo coisas desse tipo.
Solitária diz: Mas como você fez isso? Por favor, você prometeu não enrolar e responder minhas perguntas!
Vampiro diz: Posso estar em vários ligares se assim eu quiser. Basta me concentrar. E a sua presença é muito evidente para mim. Sinto-me aí do seu lado, nesse momento, por isso você sente um ar frio... Foi asism que lhe acordei... Do mesmo jeito que lhe dei aquele beijo... É dificil explicar materialmente falando, mas posso lhe traduzir para uma explicação mais humana possível: a minha essência se desloca a cada vez que eu quero.
Solitária diz: Essência?

Lali esperou, olhando para a tela, mas não houve resposta. Decidiu fazer outra pergunta:

Solitária diz: E você vê tudo ao redor de mim? Em redor de qualquer lugar onde eu esteja?
Vampiro diz: Não. Não sei em qual lugar você se encontra. Você pode estar na Argentina, como na China, eu estarei próximo de qualquer forma, mas não teria noção das coisas materiais ao seu redor. Como lhe disse, é um encontro de "essências", de energias vitais. Com o tempo, voltará a aprender como fazer. E por hoje só. Estou precisando ir. Sinto-me fraco. Preciso me alimentar...
Solitária diz: Sangue?
Vampiro diz: Sim, sangue... Infelizmente... Até você me ajudar... Preciso ir... Até amanhã.
Solitária diz: Até amanhã.

Lali desligou relutantemente o computador. Antes, teve o cuidado de salvar numa pasta toda a conversa que tivera com ele. Dessa vez, Euge não acharia que ela estava louca. Teria uma prova!
As novidades daquela noite estavam fervilhando em sua cabeça. Tinha muito que pensar. Logo descobriu que não conseguiria dormir tão cedo!

(Lali) Se eu não 'pirar' de vez agora, não 'piro' mais!

Mal acreditava no que acabara de acontecer com ela. Mais uma vez, ele a deixara embasbacada! Aquilo tudo tinha mesmo acontecido, ou ela estava dormindo?

(Lali) Minha ajuda? Como posso ajudá-lo a deixar de ser vampiro? Por que eu? Será que sou eu mesma a pessoa que ele diz procurar? Somos iguais? Essência? Energia? Meu Deus, que loucura!!!

Deitou-se tentando dormir, e por um instante, sentiu-se feliz com a possibilidade de acordar no dia seguinte e descobrir que tudo não passara de um pesadelo. Que a sua vida continuava solitária como era antes. E tão tranquila!

(Lali) Por que acessei aquela maldita sala na Internet? Nada disso teria acontecido e não estaria vivendo esse pesadelo!

Mas por outro lado, ela sentia-se curiosa. Muito curiosa! Será que finalmente teria respostas para suas perguntas? Aquelas que se encontravam sepultadas lá no fundo da sua alma? Aquelas que um dia fora obrigada a fazer de conta que nunca existiram, pelo simples fato de que só assim, deixariam de achá-la estranha e a aceitariam como um ser humano normal? Será que finalmente saberia por que nunca havia conhecido seus pais? E por que os seus "tios" adotivos não gostavam quando ela fazia "aquelas coisas" quando pequena, dizendo que eram "obra dos demônios"?
Em meio a uma profusão de pensamentos, Lali foi sentido o sono chegando... E sonhou...
Sentia-se leve de repente... Flutuava... Sim, flutuava, era isso! Estava voando!
Viu-se num espaço noturnos e sabia que estava alto, muito alto. Sentia o vento passar através dela, misturava-se a ele Sentia o ar frio da noite dentro de suas entranhas. Ela era como o ar... leve, flutuando... Deu voltas, subiu, desceu, feliz, feliz! Uma alegria enorme fazia parte dela. O vento, a alegria, o ar, tudo agora fazia parte de sua essência.
Da sua essência! Da sua essência? De repente começou a cair, cair pesada e velozmente. Seu corpo já não mais flutuava leve e etéreo. Estava pesado e excessivamente... HUMANO!
Lali acordou, ofegante e tossindo. Sentou-se rapidamente na cama, levando as mãos ao peito. Sentia falta de ar. Seu pulmão queimava e parecia ter um peso dentro dele. Aos poucos, sua respiração foi se estabilizando, e Lali finalmente sabia o que ele queria dizer com ESSÊNCIA...

CONTINUA

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