Essa web novela é do blog Quasee Anjoos
1º Capitulo
Era uma noite como outra qualquer. Mais uma noite solitária e cheia de nada para fazer.
Não tinha amigos com quem sair, nem namorado para planejar um fim-de-semana a dois.
Só lhe restavam a solidão e o computador. Ah! Esse sim era seu amigo, companheiro de todas as horas.
Não tendo o que pesquisar na Internet, Lali acessava sites aleatórios, buscando algum conhecimento a mais, algo para passar o tempo.
Numa dessas entrada em sites e provedores, descobriu uma sala de bate-papo. Tinha horror às salas de bate-papo!
(Lali) Não acredito! Mas fazer o que? Vou ver o que tem de bom nessa sala.
Tempos atrás, gostava de acessar essas salas, mas nunca encontrou sequer uma amiga com quem desabafar seus problemas.
Todas as mulheres com quem conversava estavam em busca de relacionamentos com homens disponíveis, e não em busca de amizades.
Lali nunca entrou nessas salas à procura de homens virtuais. Achava uma tremenda bobagem os papos que via rolar nessas salas. Homens conversando com mulheres, sugerindo coisas como se estivessem um em frente ao outro.
Não! Lali preferia a realidade ao mundo virtual. Mesmo sem ter muitos amigos e relacionamentos amorosos, nunca quis recorrer aos encontros virtuais.
Mas hoje era uma noite diferente. Hoje ela estava deprimida, com raiva do mundo, naquelas noites em que dá vontade de pedir a Deus: "Para o mundo que eu quero descer!"
Nessa noite, Lali estava desiludida com os homens, pois tinha acabado de terminar seu namoro com Pablo, e também estava com raiva das amigas, principalmente de Rocio, por tê-la abandonado sozinha na sua noite de aniversário.
(Lali) Nunca pensei que a Rocio poderia ser assim. E o Pablo? Ele me traiu com a Maria del Cerro, como é que pode? É tão simples viver, por que as pessoas complicam tanto as coisas. Se uma pessoa gosta de outra, por que não demonstrar isso sempre, fazendo tudo o que o outro gosta? Por que não conversam calmamente quando surgia um ponto de vista diferente?
Nesse auge da desilusão, Lali visitou uma sala de bate-papo. Displicentemente. Só queria ver o que conversavam atualmente. Se já haviam passado daquela fase grosseira de sugerirem sexo virtual. Começou a ler em voz alta, os diálogos, com sarcasmo na voz:
Daniela diz: Olá Agustin, quer tc comigo?
Agustin diz: Tudo bem, gata! De onde você é?
(Lali) Esse povo não muda o papo! Aff!
Feijãozinho diz: Oi, Flor de Lis! Quanto tempo, garota!
Flor de Lis diz: Oi Feijãozinho, kkkk. Que saudade! Onde tem andado?
(Lali) Feijãozinho? Que nick horroroso! Não está vendo logo que eu nunca iria teclar com alguém que se apelida de Feijãozinho???
Lali começa a rir, esqueçando por alguns instantes, a sua angústia e aumentando mais ainda seu desprezo pelos seres humanod.
Correu os olhos em outras conversas, e todas seguiam no mesmo nivel.
(Lali) Credo! Nada mudou! Que decepção!
Lali já estava para sair do site, quando um diálogo chamou sua atenção:
Vampiro diz: Sim... sou um vampiro de verdade!
Belén diz: Como pode provar?
Vampiro diz: Não preciso provar nada para você, doce mortal!
Belén diz: Quantos anos você tem?
Vampiro diz: 487
Belén diz: Ok. Vamos fazer de conta que acredito. Conte-me alguma coisa que viu durante esse tempo de exitência...
E Lali continuou lendo o que o suposto vampiro dizia, à pobre moça, que parecia estar caindo naquela lábia ultrapassada.
Já havia se deparado com vários desses. Alguns eram garotinhos de 11 anos, outros, rapazinhos de 14,15,16,17 anos, que curtiam um filmezinho ou um livro de terror e logo se apelidavam de Drácula, Lestat, Armand, Marius, etc.
Mas o diálogo estava mesmo muito interessante. Pelo teor da conversa, Lali detectou ali uma pessoa mais madura. Pela sua experiência em diálogo com rapazes fúteis, sabia que aquele era um caso à parte.
(Lali) Quer saber, vou entrar nessa conversa, mas claro que reservadamente para não criar atrito com a moça que "ele" teclava. Não irei colocar meu nome, e sim um nick. Acho que Solitária.
Solitária diz: Oi. Estive olhando seu diálogo com a Belén. Posso teclar com você também?
Vampiro diz: Sim.
Solitária diz: Vi você contando a ela suas experiências ao longo dos seu 487 anos e gostaria de saber algumas coisas.
Vampiro diz: É só perguntar. Hoje estou bonzinho com os mortais e tenho a eternidade pela frente. Posso dispor de alguns minutinhos com vocês.
(Lali) Que presunçoso!
Só que o que Lali não estava percebendo, é que já estava caindo na lábia desse pseudovampiro.
Solitária diz: O que você acha dos seres humano?
Vampiro diz: Acho-os completamente bobos! Durante minha vida enfadonha de vampiro solitário, vejo como vocês desperdiçam seu tempo em busca de poder e dinheiro e depois não tem saúde para gozar dele. A vida é extremamente simples, mas vocês complicam tudo ao seu redor. Por causa do direito de escolha, um sempre acha sua escolha melhor que a do outro e passam a vida inteira tentando provar isso. Não só na vida profissional, como também na vida a dois, na vida familiar. Desde pequeninos que os mortais são exortados a competir um com o outro, enquanto o certo seria eles serem incentivado a conviver um com o outro. Sinto pena de vocês... Tão frágeis e se julgando tão fortes! Dizem a sim mesmos: "Para morrer, basta estar vivo!", mas se desesperam quando se veem doentes ou quando morre algum ente querido. Ficam surpresos, como se fossem viver para sempre.
Num misto de surpresa e curiosidade, Lali continua aquele diálogo. Ele digitava velozmente e, apesar de escrever bastante, sua mensagem aparecia muito rápido.
Continua...
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